Teu corpo é canoa
em que desço
vida abaixo
morte acima
procurando o naufrágio
me entregando à deriva.
Teu corpo é casulo
de infinitas sedas
onde fio
me afio e enfio
invasor recebido
com licores.
Teu corpo é pele exata
para o meu pena de garça
brilho de romã
aurora boreal
do longo inverno.
Corpo adentro - Marina Colasanti
Jogo o tempo
na água
E ele
nada.
Constatação Metafísica - Marina Colasanti
Nenhum comentário:
Postar um comentário