sábado, outubro 05, 2013

Hoje foi tão bom que ainda estou flutuando. 
E sigo por sobre a cidade vendo aqui do alto o mundo pequeno do qual preciso escapar.

“Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas.”

Hoje sinto reverberar no corpo o entusiasmo que só sinto no teatro.
Lá não preciso de crachá, currículo, título ou sobrenome. 
Lá um borrifador vira chafariz e vira cachoeira e vira lágrima.
E um lenço vira bandeira e vira luva e vira bebê.
Lá eu viro Ofélia e viro Ninfa e viro uma das Erínias.
Lá, no Teatro, o Tempo e o Espaço se dissolvem e se recompõem amalgamando sorrisos e dores, vales e precipícios, amores e fúrias.
Mas o teatro não está lá. Ele é aqui. Dentro. Ardendo na garganta
Se derramando no peito. Transbordando pela boca.
O que vivi hoje, no Hotel da Loucura, já senti antes.
Mas nem lembrava mais como era.
E hoje foi um reencontro. Com um abraço demorado, acolhedor, terno e cúmplice.
Reencontro faminto, sedento, ávido, urgente. Com saudade de quem nunca devia ter me separado. Mas que agora não largo mais!
Não quero fazer outra coisa da vida.