sexta-feira, abril 20, 2007

Sopro

Sopro (ô). (Dev. De soprar.). S.m.
1. Ato ou efeito de soprar. 2. Ato de expelir com alguma força o ar aspirado. 3. Movimento de ar expelido pela boca. 4. O ar expirado; bafo, hálito. 5. Agitação do ar, viração, aragem.
6. Miasma, exalação. 7. Som, ruído. 8. Ruído ritmado que lembra a respiração.
9. Gases em ignição.
10. Fig. Influxo, influência, força.


Sopro: Espetáculo teatral criado por Carlos Simioni, Tadashi Endo e Denise Garcia, integrantes do Lume, grupo de teatro de Campinas, São Paulo.
Em temporada carioca, o Lume Teatro nos tira o fôlego, nos deixa em estado de suspensão permanente a cada movimento de seus atores-pesquisadores, que investigam e apresentam as possibilidades do corpo do ator em cena.
E o Sopro, com direção de Tadashi Endo, é Carlos Simioni na plenitude dessa proposta: uma ligação direta entre ator e platéia, sem qualquer subterfúgio. Sem qualquer disfarce ou desvio.
E nós ali acompanhando as fases da vida em ações mínimas e eloqüentes.
Delicadas e contundentes. E nós ofegantes.
“O ar por dentro do corpo. Corpo rasgado por dentro”.

Sopro. Filete de ar. Brisa. Um diálogo. Uma música. Um sorriso. Alívio. Lenimento.
Metamorfose metabólica.
Surpresas várias me trazem estes dias de abril em outono tímido.
Idas e voltas esperando um Godot que me habita. E que descarto. Dispenso. E... Anseio.
Beckett em fúria no frio desse vento que me alcança.
Alísios que me abraçam. Me levam para regiões inóspitas. Inabitáveis.
Me estranho. E me ausculto. Sopro. Anfórico. Ouvido a distâncias estratosféricas.
Metamorfose metabólica
Tufão orgânico que redesenha caminhos insólitos em arquejos e suspiros.
Tempestades e calmarias que se revezam pelas variações de temperaturas.
Gerando instabilidade no período.
Tempo parcialmente nublado a ocasionalmente claro com possibilidade de chuva (gosto dos dias de chuva), em áreas isoladas no fim do dia.
Shakespeare e Goethe que me protejam das cumulonimbus viscerais.