terça-feira, dezembro 12, 2006

Mãos quietas

Apenas escrevo. Febril. Como um remanescente dos surrealistas automáticos, hoje desbotados diante dos rascunhos frenéticos que se nos impõem as linhas tortas dessa existência. Mas ainda assim necessários, porque ávidos.
Ouvindo Maria Rita sonhado que é ela, Elis, mas não é.
São outros tempos.
"A hora do encontro é também despedida...”
Ah! borboleta perversa que valseia e tripudia.
E se ri de meu olho que parte da Leopoldina. Estica. Se atira.
Enquanto toureio o ímpeto à unha. Engolindo em seco essa água na boca.
Conservando o discurso pertinente. A voz adequada. O tom correto.
E as mãos quietas. Contidas.
Por quê?
Não sei. Só esse saldo de fim-de-ano. E as festas superficiais de amigo pedinte.
E o cansaço.
E essa sede.
De compor rimas pobres.
“É a vida desse meu lugar”